José Maranhão defende mudança na tributação dos combustíveis e vê retardo do governo federal
(Foto: Walla Santos) |
O senador José Maranhão (MDB) disse, nesta segunda-feira (28), em entrevista ao programa de rádio Correio Debate, que houve um retardo na decisão do governo de abraçar a causa defendida pelos caminhoneiros, em relação à redução do preço dos combustíveis. Para Maranhão, é preciso mudar a taxação sobre os derivados de petróleo e sobre o álcool.
"Se o governo tivesse se antecipado nas soluções, evidentemente nada disso teria acontecido. E essa greve passou a ser não a greve dos caminhoneiros, mas a greve surda de todos os brasileiros", disse, explicando que, com a polícia de reajuste do combustível, a greve acabou conquistando a simpatia de todos os brasileiros.
O senador José Maranhão retorna a Brasília no final desta tarde. "Minha posição é a posição de todos os brasileiros. Essa crise abalou todo o país porque mexe com a economia e com transporte", disse Maranhão.
O Senado convocou para esta segunda-feira (28) uma sessão extraordinária para tentar votar a urgência do projeto que cria preços mínimos para o frete. Esta é uma das reivindicações dos caminhoneiros em greve em todo o país.
A informação foi divulgada pela Secretaria-Geral da Mesa do Senado, e os parlamentares já começarão a ser convocados a partir da tarde desse domingo (27).
Na prática, se a urgência for aprovada, o projeto poderá ser votado mais rapidamente pelo plenário do Senado.
A estratégia de convocar a sessão para esta segunda-feira é justamente limpar a pauta do plenário, trancada por seis medidas provisórias, que têm prioridade. Só depois é que o projeto dos fretes poderá ser votado.
Caminhoneiros de todo o país estão parados há sete dias. A categoria protesta contra o aumento no preço do óleo diesel.
Os bloqueios nas estradas têm provocado desabastecimento de combustível e alimentos em todo o país.
Projeto sobre fretes
A decisão de pautar o projeto foi tomada na semana passada pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), após participar de reunião com representantes do governo e de caminhoneiros no Palácio do Planalto.
A proposta cria a Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas.
De acordo com o projeto, o objetivo é promover "condições razoáveis aos fretes em todo o território nacional". Para isso, o texto prevê elaboração semestral de tabela com valores por quilômetro rodado por eixo carregado e conforme a carga.
O projeto está em análise na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, mas, com a aprovação de um requerimento de urgência poderá ser levado diretamente para o plenário.
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