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Cresce número de vítimas de agulhadas no Parque do Povo em Campina Grande


“Eu estou com muito medo, mas vai dar certo porque Deus é grande”. A declaração é um estudante de 19 anos, vítima das agulhadas que está assustando os frequentadores do Parque do Povo. Do último sábado (9) até essa terça-feira (12), 23 pessoas foram atendidas no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, após relatarem ter sido vítimas de ferimentos por agulhas, durante O Maior São João do Mundo. Sendo 17 homens e 6 mulheres. O número tem sido atualizado constantemente.

O diretor-geral Hospital de Trauma, Geraldo Medeiros, no entanto, salientou que não há porque ter medo desta situação. “A possibilidade de contaminação é muito baixa, por isso a necessidade de prevenção. Não há motivo para pânico, é uma atitude médica tomada por existir uma possibilidade, mesmo que mínima”, falou.

Um rapaz que não quis se identificar falou que estava próximo a Pirâmide quando foi agredido. “Era por volta de meia-noite quando eu senti uma picada nas costas e vi um senhor passando do meu lado. Eu não sei se foi uma agulhada e não sabia o que estava acontecendo, só vim saber através da imprensa na segunda à noite”, falou.

O fato aconteceu no domingo a noite e ele procurou ajuda no Trauma nessa terça-feira (12) pela manhã. “Esse senhor tinha cara de ter bom porte e estava com alguma coisa no cinto, não sei se era caneta ou seringa”, completou o rapaz. Ele ainda salientou que era um homem de cor branca, com em torno de 1,70 de altura e era forte.

A médica que atendeu a vítima, Jacqueline Milfont, explicou que ele recebeu a medicação para prevenção contra HIV/Aids e foi orientado a tomar vacina contra hepatite B. O rapaz ainda teve sangue colhido para procurar por vírus HIV, Sífilis e Hepatite B.

“É um procedimento de rotina. Se chegasse um paciente com acidente de trabalho ou perfurado com uma tesoura ou com outro material, também passaria pelo mesmo procedimento”, afirmou a médica.

O coquetel precisa ser iniciado com até 72 horas após a possível infecção.


Polícia investiga ataques

O delegado seccional de Campina Grande, Henry Fábio, disse que, até essa terça (12), apenas uma pessoa procurou a Polícia Civil para registrar a fato. O Boletim de Ocorrência foi feito por uma vítima na última sexta-feira.

Ele pediu que as demais pessoas compareçam à delegacia para passar detalhes à polícia. Henry Fábio falou que a investigação irá determinar se é uma ou inúmeras pessoas cometendo este ato dentro da festa.

“Não é o primeiro São João que isto acontece. Há dois anos tivemos a mesma informação e estamos trabalhando com todas as informações, oficiais e extra-oficiais”, salientou o delegado. Já foram solicitadas as imagens de câmeras de segurança, mas não há informação sobre o local ou horário em que as demais vítimas foram atacadas.

De acordo com o delegado, as imagens estão sendo analisadas a respeito da pessoa que registrou a ocorrência. Uma reunião entre seguranças pública e privada, posto de saúde do PP e empresa Aliança foi realizada nessa terça-feira (12) na sede da empresa.

“Foi acordado que vamos realizar uma espécie de inspeção no Parque do Povo na quinta-feira para averiguar onde os casos ocorreram e por onde estas seringas podem ter entrado, já que as vistorias nas pessoas nas entradas não encontraram nada”, contou Henry Fábio.

Uma nova reunião está marcada para próxima segunda-feira para debater o assunto.


Cuidado

O delegado seccional disse que as pessoas precisam tomar algumas providências para evitar ser a próxima vítima dos ataques.

“São dicas que a gente entende ser difícil de serem tomadas, mas as pessoas precisam se esforçar e procurar andar em locais que não haja aglomeração gigantesca de pessoas, tentar identificar pessoas que têm perfil de criminosos, andar acompanhado para não ser escolhido como vítima”, explicou.

Fonte: Correio da Paraíba

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